O User Experience (UX) e o User Interface (UI) estão em constante evolução no Brasil, impulsionados por um mercado digital cada vez mais competitivo e a crescente necessidade das empresas em se conectarem de forma eficaz com seus usuários. Contudo, apesar dos avanços, há desafios que precisam ser enfrentados para que o design brasileiro se alinhe às melhores práticas globais e ofereça experiências mais inclusivas, funcionais e esteticamente agradáveis. Neste artigo, vamos analisar criticamente a situação atual do UX e UI no Brasil, identificando pontos fortes e fracos, e propondo caminhos para o futuro.
Cenário Atual do UX e UI no Brasil
Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado em diversos aspectos do design digital, com agências e profissionais de renome internacional. O setor está em franco crescimento, principalmente devido à popularização de startups e ao movimento de digitalização de empresas tradicionais. No entanto, o foco em inovação nem sempre tem sido acompanhado por um cuidado consistente com a experiência do usuário e a usabilidade das interfaces.
1. Força do mercado digital e adaptação ao mobile
O Brasil é o quarto maior mercado de smartphones do mundo, e isso impulsiona a necessidade de design responsivo e mobile-first. Muitas empresas brasileiras entenderam a importância de adaptação ao mobile, entregando interfaces amigáveis e práticas para dispositivos móveis. O setor de fintechs, por exemplo, tem se destacado em UX e UI, proporcionando experiências intuitivas e seguras para os usuários, um exemplo de como a democratização dos serviços financeiros e o aumento de plataformas digitais transformaram a maneira como os brasileiros interagem com aplicativos e serviços.
2. A falta de padronização e pesquisa centrada no usuário
Ainda que existam muitos bons exemplos no mercado, uma crítica recorrente é a falta de padronização e padrões universais que garantam uma experiência de usuário coesa. Muitos produtos digitais no Brasil pecam pela ausência de uma pesquisa focada no usuário. Designers, muitas vezes pressionados por prazos apertados e restrições orçamentárias, acabam pulando etapas cruciais, como testes de usabilidade e pesquisa de comportamento do usuário, essenciais para criar interfaces realmente eficazes.
3. Acessibilidade: ainda um grande desafio
A acessibilidade digital é um dos principais gargalos no UX e UI no Brasil. Embora o Design Inclusivo esteja começando a ganhar força, a maioria dos sites e aplicativos ainda falha em oferecer interfaces acessíveis para pessoas com deficiência, como deficiências visuais e motoras. O desconhecimento sobre as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG), somado à falta de fiscalização, faz com que essa questão seja frequentemente negligenciada.
Pontos Fortes do UX e UI no Brasil
1. Creatividade e inovação
A criatividade do brasileiro é um ponto inquestionável, e isso se reflete no design digital. Agências e designers no Brasil se destacam pela originalidade, com interfaces que muitas vezes fogem do lugar-comum, criando experiências únicas. Esse aspecto criativo é um diferencial competitivo no mercado global.
2. Crescimento da educação em UX/UI
Nos últimos anos, o número de cursos, workshops e especializações voltados para UX/UI tem crescido exponencialmente. Universidades e plataformas online passaram a oferecer mais capacitação para designers, e isso tem ajudado a formar uma nova geração de profissionais mais qualificados e alinhados com práticas globais.
Desafios para o Futuro
1. Falta de cultura de design nas empresas
Um dos principais desafios é que, para muitas empresas no Brasil, o design ainda é visto como algo secundário. Falta uma cultura centrada no usuário, onde a experiência do cliente seja tratada como prioridade desde o início do desenvolvimento de produtos. As empresas precisam entender que investir em UX/UI não é um custo, mas uma forma de agregar valor e garantir competitividade.
2. Investimento em pesquisa e testes de usabilidade
Ainda que muitos designers brasileiros sejam criativos e bem treinados, muitos projetos falham por não incorporarem pesquisas centradas no usuário e testes de usabilidade ao longo do desenvolvimento. Para alcançar melhores resultados, é crucial que o design seja tratado como um processo iterativo, com feedback constante do usuário final.
3. Expansão da acessibilidade
Para que o Brasil se alinhe às melhores práticas globais, é imprescindível que as empresas invistam em acessibilidade digital. Isso inclui não só garantir que as interfaces sejam acessíveis a todos, mas também capacitar os profissionais para entenderem e aplicarem diretrizes de acessibilidade desde o início do projeto.
O mercado brasileiro de UX e UI está em crescimento e apresenta um enorme potencial. Com uma abordagem mais focada na experiência do usuário, maior atenção à acessibilidade e um processo de design mais iterativo e baseado em pesquisa, o Brasil pode se consolidar como referência no cenário global. Enquanto isso, é essencial que as empresas compreendam a importância de um design eficiente e invistam em profissionais e tecnologias que priorizem o usuário.